domingo, 17 de julho de 2016

Porque partilhar...é dar!

Há muito tempo que não publico nada no blog. Em parte porque a aventura pela maternidade suga toda a minha atenção, mas também porque há uma insegura, mascarada de perfeccionista que por sua vez é enteada da "Cabra", que habita em mim.

Foi agora que dei um grande nó nessas cabeças!! Passo a explicar, e a apresentar-vos a "Cabra", a madrasta dos contos de fadas, aquela voz auto-critica que todos nós temos dentro de nós, que não tem outro propósito ou sentido, que não seja cortar-nos as asas, limitar-nos, impedir-nos de sonhar e criar. A voz que nos castra, que apoiada num realismo cínico nos diz: "és maluca", "nem pensar", "não consegues" "quem quer ouvir ou ler o que tens para dizer". A voz que coloca, e se foca, nos problemas; a que suga energia e qualquer possibilidade de movimento e criação.

"A Cabra" é a introjeção de um pai, uma mãe, um amigo ou colega que nos criticou ou critica, que tem ideias e opiniões que se traduzem em verdades absolutas que obstruem e ocupam o nosso campo psíquico e energético de tal maneira, que nos vemos impossibilitados de exprimir a nossa verdade.

Fracos na capacidade de delimitar o nosso espaço, de defender a nossa verdade (muitas vezes porque somos crianças) perdemos o nosso poder pessoal, tornamo-nos inseguros, com medo de não agradar, de não sermos amados. Fazemos de tudo para recuperar esse amor, para garantir que gostam de nós, que nos aprovam, que não estamos sozinhos, enquanto na verdade perdemo-nos foi de nós próprios, perdemos o amor-próprio.

Perante tal desfalque fica dificil falar, e quando falamos, fazemo-lo em estado de alerta para garantir que cobrimos todas a falhas, todos os gatilhos que possam revelar a verdade, e sempre com a intenção de buscar o amor...ai o amor...o amor que nunca virá de fora...essa grande ilusão, essa grande mentira de Hollywood.

A verdade é que não vamos agradar a todos, nem pouco mais ou menos tocar a todos, mas partilharmo-nos na nossa vulnerabilidade talvez seja um dos actos mais genuínos do "dar". Pois abrimos a porta para o coração, para a autenticidade e genuinidade, e convidamos o outro a fazer o mesmo caminho. E que estas palavras não sejam mais do que construções e devaneios da mente, que caiam no vazio...ao menos pude purgar os meus medos e inseguranças, e quem sabe libertar mais uma camada da mascara que prende o meu verdadeiro Ser.

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